CASA DO BETO
Um samba bom nunca termina melancólico.
Não é como uma taça de vinho derramada,
com sonhos findando em respingos rubros,
descolorindo por dentro, fazendo paz doída.
Final de noite com o samba quase morrendo.
Roda alargando, mesas solitárias de sambistas.
Drinques secando em copos vazios, só espaço.
Vozes roucas, despedindo-se, prometem voltar.
Cadeiras sobrando, ressaca anunciada, de leve.
Água rolou, não volta o mesmo momento feliz.
Cantam-se desencontros, cada noite é novidade,
em meio a outras alegrias, aplausos e batuque.
E amanhã vamos ter mais, é só chegar chegando,
pra cantar e sambar ao som de um pinho afinado.
É Casa do Beto, decorada feito leito pra samba
no pé, de pandeiro amuleto a cavaco e percussão.
Dueto perfeito, com Tânia pilotando o bom gosto,
petiscos ou decoração, cheios de toque feminino.