OS VELHOS
Nunca ria da tragédia, aqui e agora,
deste palhaço tempestivo, do tempo,
constantemente, na praça brincando.
Sorria, apenas, para a tragicomédia
desses amores, ligados, mãos dadas,
alternando a sublimação de dois seres.
Um dia será, absolutamente, seu presente.
Este amor, brinquedo, está amordaçado.
Totalmente nulo, quieto, e contemplativo,
prometendo os dois o que nunca se darão.
São apenas doces, velhos crianças, tentando
fazer-se renascer na praça infantil, nossa.
Se não agora, com certeza no futuro, de nós.
Um dia estaremos todos lá, gargalhando,
brincando, rindo, querendo voltar ao agora,
mas tendo que seguir, incontinente, porque
o futuro é impiedoso e nos espera, tal e qual.
Este futuro é nossa raiz fixa, agarrada,
profunda e inquebrantável, que não nos larga.
A ele enfrentaremos, cara a cara, queiramos
ou não, desejemos ou não, lá estaremos.
Com muito menos carne e mais espírito.
Feliz de quem assim o entender.