A ACEITAÇÃO
Um corpo bonito contrai-se
e tenta resistir ao tempo,
implacável ao frescor da carne.
Esvai-se, deixando pedaços cair,
mas briga e há de domar a beleza.
Porque a cada perda há a descoberta.
Há que entender cada espaço no tempo.
Damos-nos e recebemos-nos em carne.
Depois sobra a consciência emoldurada.
Um quadro na parede da felicidade.
Invólucro da certeza da maturidade.
É quando entendemos que nem só
de carne se constrói seres felizes.
Deslumbrar cores da própria aceitação
é o início para se ter beleza eterna.