PASSOS
Escorregue teus passos.
A rua deserta te espera.
Ninguém para cobrar roupa bonita.
Cada pé bate um som íntimo.
O ritmo cadencia a tristeza.
A solidão é mais perene, tua.
Estar só nem mais dói.
Porque tu te és como tu és.
Sombra que não deixa rastro.
Dê tua mão a ti mesmo
e carregue-te daqui para longe.
Porque o perto não mais te quer.
E, na distância que te levas,
esqueças de olhar atrás.
Nenhum amor te acenará.
Trexo do livro Baixo das Mangas (Reflexões do Silvio)